“Abstracções Cromáticas” são trabalhos recentes representativos do processo criativo, de José Manuel Matos, entre o abstrato e o figurativo.
Inauguração: segunda, 12 de maio, às 18h, no Espaço Arte Aníbal Afonso.
Imagem: 31 Hard edged circles and others. Óleo sobre tela 3D, 40x40cm (pormenor)
Os trabalhos expostos são fruto das actividades do Atelier de Pintura, sob orientação do Prof. José Fernando
A presente exposição acontece no Espaço Arte Aníbal Afonso, na sede do Clube Pessoal EDP Lisboa, no âmbito das actividades do Atelier [Curso] de Pintura, sob orientação do Prof. José Fernando.
No processo da prática da pintura, aprendizagem e desenvolvimento, os alunos vão produzindo trabalhos ao longo tempo. Consequentemente, chega assim um momento lectivo em que existe a necessidade de os mostrar, evidenciando os processos criativos, bem como percursos individuais.
Neste contexto, José Manuel Matos, expõe alguns dos seus mais recentes trabalhos, com a curadoria do Prof. José Fernando, numa série, titulada ‘Abstracções Cromáticas’ representativa do seu processo criativo, entre o abstrato e o figurativo.
Exposição de 12 a 30 maio no Espaço Arte Aníbal Afonso.
Galeria de imagens
Abstração: estética, emoção e razão
As composições expostas são predominantemente obras abstratas, dentro do conceito “Cromático-Visual”, em que estruturas de planos interpostos pela interacção de camadas de cores, produzem impacto visual da cor e de formas atraentes, que tornam a experiência de olhar numa experiência sensorial cativante.
José Manuel Matos, iniciou esta a sua série ciente de que não existe uma “linguagem universal” da pintura.
Nesse sentido, as composições foram produzidas por uma concepção estética baseada em abstrações de formas e cor, presentes na pintura contemporânea. Apresentando tonalidades e matizes na criação de variações espaciais, formais e não-formais, e aprofundamento de plasticidades, que expõem emotividade, espiritualidade, e sensibilidade plástica diversa não normativa.
Cada uma das pinturas sendo uma composição abstracta, cromaticamente única, estão alinhadas conceptualmente por diversos aspectos estéticos presentes nos fundamentos da pintura, para criar seu próprio universo sensorial. Possuindo uma relativa uniformidade em cada uma das composições, sendo enfatizadas considerações cromáticas únicas, na sua temperatura emocional, num universo de relações pictóricas homogéneas.
Racional e sensorial interagem sem divergências nas composições propostas, o que se distinguem claramente de outros contextos, nos quais a abstracção foi sobretudo um exercício de racionalidade e redução. É nos diálogos, entre razão e sensação, que vai reflectindo sobre os aspectos mais distintivos, presentes na história da arte, sobretudo nas artes visuais contemporâneas.
“ Uma pintura não é uma imagem de uma experiência; ela é a experiência” – Mark Rothko
Nem toda abstracção é a arte abstracta, nem toda representação não-figurativa é abstracção.
Abstração é uma operação intelectual que consiste em isolar num conceito um elemento, com a exclusão de outros dos quais então se faz abstracção.
A arte requer liberdade
Creio que o primeiro impulso criativo em direção à pintura, como criação, e às artes em geral, vem da necessidade de comunicarmos. Na sua expressividade e manifestação a arte requer liberdade.
Georges Braque, um dos fundadores do Cubismo, disse que; “O acto de pintar é mais importante que a coisa pintada”. Conquanto, pintar é assim um acto de esboçar aquilo que se conseguem perceber na contemplação e ou através da imaginação, alcançando dar-lhes uma forma estética. Cintando P. Picasso; “Pintar é libertar-se e isso é o fundamental”. É o prazer de pintar que comprova essa necessidade intrínseca.
Nos trabalhos expostos, a escolha do caminho da expressão abstracta é parte integrante de um percurso evolutivo na formação e do diálogo abstração vs realismo.
Assim, trabalhar a abstração, como método criativo de pintura, foi uma opção idiossincrática no domínio da das artes visuais e das ideias libertadoras na arte, contemporânea vs arte abstracta, em contraste com o idealismo de uma linguagem universal das artes e da pintura em particular.
José Manuel de Matos – Maio de 2025
