Visita cultural a Almourol e Vila Nova da Barquinha: Relato

Visita cultural a Almourol e Vila Nova da Barquinha: Relato

Passeio realizado no dia 16 de julho

Notas de viagem, roteiro e destaques, por David Cancela
Fotografias, de Carlos Antunes, David Cancela e Tânia Cancela

Cais, Vila do Arrepiado, Igreja e Arte Pública

No Cais de Tancos, além do miradouro natural sobre o Tejo e o Castelo, e a vila do Arrepiado (Concelho da Chamusca), é possível identificar ainda dois pontos de interesse: A Igreja da Misericórdia (SEC XVI), e bem próximo um dos marcos do Roteiro de Arte Pública, a intervenção mural a 4 mãos (Violant e Carlos Vicente), designada por “Noah, o Barqueiro”, que em conjunto com a intervenção de Carlos Vicente na fachada dum Posto de Transformação da EDP, próximo da Igreja Matriz, designado “Mãos de Arrais” são uma justa homenagem aos que fazem do Tejo o seu local de trabalho.

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Cais de Tancos, sobre o Tejo  e a vila do Arrepiado. Igreja da Misericórdia, e  a intervenção mural Noah, o Barqueiro” de  Violant e Carlos Vicente.

Cais de Tancos, com vista da Vila do Arrepiado (Foto de Antunes)

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Castelo de Almourol

Ergue-se num pequeno ilhéu granítico, a 18m do nível das águas do Rio Tejo, e é um marco da reconquista Cristã (1129), estando ligado inevitavelmente aos primórdios do Reino de Portugal e da Ordem dos Templários, pois foi D. Afonso Henriques que encarregou o monge guerreiro, Gualdim Pais, seu braço direito e Mestre Templário, da sua reedificação, concluída em 1171, e que se tornou uma das linhas de defesa de Lisboa e do Reino. A fortificação original terá sido edificada sobre um castro romano, e durante a ocupação dos Mouros (Sec VIII), era denominada por Al-Morolan (Pedra Alta). Sofreu estragos consideráveis com o terramoto de 1755 e a sua recuperação alterou a arquitetura inicial e no Sec XIX tornou-se Património Militar, sob administração da EPE (Escola Prática de Engenharia) e base de treinos de várias unidades militares sediadas na zona – BA3, BETP, e CI Santa Margarida. No Sec XX foi classificado como monumento nacional e atualmente um dos mais visitados.

Castelo de Almourol, visto do Tejo e do interior, com visita guiada de David Cancela

O Castelo e a sua ocupação através dos tempos alimentam muitas lendas, como a de D. Ramiro, Senhor de Almourol, (também conhecida como a Lenda de D. Beatriz e o Moiro), que terá recolhido um jovem mouro, depois de ter morto a sua mãe e irmã (por não terem saciado a sua sede como exigido, por terem partido a bilha de água com o medo), e que quando cresceu jurou vingança e envenenou a esposa do castelão e seduziu a sua filha D. Beatriz, com quem desapareceu. Reza a lenda que o jovem e a donzela, ainda aparecem na noite se S. João na torre mais alta do castelo, renovando a cada ano a maldição de D. Ramiro.

Interior do Castelo de Almourol e Rio Tejo (Foto de Antunes)
Castelo de Almourol (Foto de Tania Cancela)

Almoço, no Restaurante Almourol

Aqui também se localiza o Restaurante Almourol, local onde a gastronomia típica ribatejana é servida com rigor, com destaque para os produtos do Rio Tejo (das enguias, à lampreia e ao sável, mas também à fataça), e para os vinhos e azeites da região, e que será onde será servido o nosso almoço regional, com vista para o Tejo e o Castelo.

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Almoço no Restaurante Almourol 

Vila Nova da Barquinha

A tarde está reservada para o périplo cultural, com visita a Vila Nova da Barquinha, vila ribatejana junto ao Rio Tejo (Distrito de Santarém/Médio Tejo), que é o seu símbolo, mas que resultou duma intervenção artificial humana no Sec XVI, que envolveu cerca de 30.000 homens (Investigador Fernando Freire), para desviar o curso do rio para o atual traçado, efetuado pela Coroa para beneficiar o transporte de bens/mercadorias, já que os rios eram as estradas da época. Mas aquilo que nos trouxe aqui hoje foi o atual Polo Cultural em franco desenvolvimento, para o qual têm contribuído a autarquia e as forças vivas locais e às quais se juntou a Fundação EDP, que patrocina muitas das atividades culturais, contribuindo assim para levar a arte às comunidades rurais e afastadas dos grandes centros urbanos, atraindo assim mais visitantes, com mais motivos para além dos gastronómicos e paisagísticos.

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Vila Nova da Barquinha (Foto de Vitor Oliveira CC-BY-SA 4.0)
O grupo, no Coreto, junto ao Centro Cultural da Barquinha (Foto de Antunes)

CITA – Centro de Interpretação Templária de Almourol (Prospecto) Visita Guiada

A visita ao castelo foi o mote para introdução ao mundo Templário, que será complementado com esta visita às exposições temáticas e passagem pelo túnel do tempo e da biblioteca, que nos vão ajudar a entender a importância da ordem do templo na vida social da época.

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Galeria de Arte (Folha de Sala)

Vamos poder apreciar uma exposição colectiva de 13 artistas locais (naturais ou residentes), designada 13 Luas, sob o tema “O Condicionamento Humano” projeto do pintor australiano Sam Abercromby, radicado há 35 anos em Portugal, que junta nesta sala obras de pintura e escultura, que surpreendem pelos matérias e técnicas utilizadas e onde não falta a provocação, para além da fruição. Além de Abercombry, pintor classicista, destacamos o artista Saul Roque Gameiro, bisneto do célebre aguarelista e João Carvalho, cujas esculturas em pele são uma verdadeira inspiração.

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Roteiro de Arte Pública (Prospecto do Médio Tejo)

Esta intervenção urbana dá novas cores a alguns edifícios do concelho, de V.N. Barquinha, Atalaia; Praia do Ribatejo e Tancos, com trabalhos de artistas como Carlos Vicente, com a “Nau Catrineta”, “Mãos de Arrais” e “Noah, o Barqueiro” este em conjunto com a artista Violant, do qual também destacamos as obras “Sophia” e “Vertigo”, em V. N. da Barquinha, e ainda a intervenção do consagrado Vhils, na vila de Oleiros, onde uma vez mais é utilizado antigo posto de transformação da EDP, para fazer uma homenagem à profissão que dá nome à vila.

Tancos e o Roteiro de Arte Pública - "O Barqueiro” (pormenor), de Carlos Vicente e Violant (Foto de Tânia Cancela)

Parque de Escultura Contemporânea (Prospecto Médio Tejo) Visita Livre

Parque pioneiro dedicado à escultura contemporânea, junta alguns dos autores mais representativos da escultura portuguesa, num local privilegiado junto ao Tejo, com destaque para a obra “A Floresta” de Alberto Carneiro, “O Castelo” de Pedro Cabrita Reis, “O Contramundo” de Rui Chafes ou “Trianons” de Joana de Vasconcelos.

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Parque de Escultura Contemporânea (Fotos de Antunes)